quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Histórias de casos de sem abrigos

Raimunda tem 12 anos e está abrigada com sua família no mercado de peixe de Pedreiras, no Maranhão, desde que perderam sua casa na enchente. A mãe está doente, internada no único hospital da região que não está alagado. No abrigo improvisado onde está Raimunda e sua família, estão vivendo 35 pessoas e há somente um banheiro. As condições de habitação estão longe de serem confortáveis, mas não há muitas opções quando quase 80% da cidade está submersa.

Maria José, 35 anos, tem quatro filhos e mora em Trizidela do Vale. Sua casa está inundada e até a estação de tratamento de água na cidade está submersa.
Quando a altura da água desceu da cintura para os tornozelos, ela começou a lavar louças e outros objetos com a mesma água da inundação.
“Sei que essa água suja não é a melhor forma de limpar os pratos e panelas, mas o que posso fazer? Não tenho dinheiro para pagar por um caminhão pipa”, diz.

Gilbert Brifoteau, é francês, tem 45 anos e vive actualmente nas ruas da Covilhã.
Problemas conjugais fizeram com que perdesse todo o gosto pela vida. A mulher abandonou-o e levou consigo os seus dois filhos. Gilbert ficou sem nada.
Há 7 anos saiu de Paris e deixou o seu trabalho de chefe nos caminhos de ferro franceses. Desde então, percorre a Europa a pé.
Pelo caminho, encontrou aquela que se tornou a sua melhor amiga: Bela Estrela, uma cadela pastor alemão que o acompanha para todo o lado. Estão em Portugal há cerca de um ano. Já estiveram em Lisboa onde, este sem-abrigo tentou arranjar emprego, mas sem êxito. Por isso, vive nas ruas, onde pede esmolas para a ajuda da sua alimentação e da sua cadela.
Gilbert, ao contrário daquilo que todos pensam quando olham para um pedinte, não gosta de confusões, não bebe álcool e não se droga, nem nunca o fez, confessando que até tem medo das agulhas quando tem que tirar sangue.
A rua é a sua casa, é o local onde dorme, come e tenta sobreviver. Este francês gostava de ter um tecto mas, segundo ele, " para se ter uma casa é preciso ter dinheiro e isso eu não tenho!".

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