quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Miss Sem Abrigo

Foi eleita "Miss Sem Abrigo", em Bruxelas. Chama-se Thérèse Van Belle e com mais 9 candidatas participou no concurso, na Belgica. Vivia na rua, mas com o prémio que ganhou, vai poder viver numa casa sem pagar nada, durante um ano. Um concurso renhido, que ajudou Thérère a conseguir passar da pobreza de viver na rua, para uma vida confortável.

Joana Pereira

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Os Sem-Abrigo em Lisboa







1 de Fevereiro 2009 20:45h – tempo chuvoso

Dois homens vagueiam à noite pelas ruas de Lisboa e vêm o esperado: Sem-Abrigo.
Relatam neste vídeo (captado a partir de um telemóvel) as condições em que dezenas de pessoas dormem em plena Capital de Portugal.
O mais irónico é eles “estarem a passos da Câmara Municipal de Lisboa e terem sido alvo de “guilhotinadas de água”, para os afugentar dali.
Parece que ninguém se interessa por eles, nem os meios e causa pública tudo por uma questão de imagem do país e que são as instituições dos mais desfavorecidos que gerem Portugal, são eles que têm de tomar providências e não os governantes.

“ Não sei como os nossos Governantes conseguem dormir descansados à noite”

Os Sem-Abrigo são seres humanos, são pessoas e no entanto não conseguem atingir um ponto de dignidade devido a quem governa.

“Impressionante, Inaceitável (...) incrível”

Eles passaram à frente da Sede do CDS/PP, esquadra de Policia e pela Casa do Actual Primeiro Ministro José Sócrates e em todos estes sítios se encontraram Sem-Abrigo.

“ O Poder politico não quer reconhecer a existência dessas pessoas”

Os Sem-Abrigo muitas das vezes (a grande maioria das vezes) não têm condições de higiene, comida, um tecto, passam frio e isso, passa ao lado na sociedade.

“Não é isto que os Portugueses querem para Portugal”

É preciso agir, mas as pessoas estão demasiado confortáveis e a viver a sua vida cómoda para se preocuparem com os que realmente precisam de ajuda!

Já pensaram se um dia são vocês a ter um problema e ninguém vos ajuda? E pensam: eu fiz o mesmo, porque me haveriam de ajudar?

“ Não há adjectivos para classificar este tipo de comportamento”

Há que agir!

“1ª década do século XXI, o modo como Portugal está entregue a um conjunto de pessoas que não merecem o mínimo de respeito.”

Jéssica Ribeiro

Jovens andam nas ruas uma vez por mês, à noite, a apoiar indigentes




2009-03-28



JOÃO PEDRO CAMPOS
Um grupo de estudantes da Universidade de Coimbra sai à rua uma noite por mês para ajudar cerca de 40 sem-abrigo, com comida, roupas e cobertores. Os alunos vêem o contacto com a rua como "um mundo paralelo".
A expressão é de Rita Rocha, estudante de Medicina e coordenadora-geral do pelouro da Intervenção Cívica da Associação Académica de Coimbra (AAC), principal impulsionador da iniciativa "Refeição (de)Vida". "A primeira vez que fiz esta ronda foi muito difícil, um choque muito grande. Agora já parece mais normal", explica a jovem.
Rita é um dos três elementos da AAC que, juntamente com duas pessoas da Associação Integrar, fizeram a segunda ronda mensal da "Refeição (de)Vida", anteontem à noite. A iniciativa é, no entender do presidente da AAC, Jorge Serrote, "uma preocupação social da associação, ainda mais num ano em que a crise vem agudizar a situação". O projecto conta com o apoio dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra e da Secção Gastronómica da AAC.
Por volta das 20 horas, a equipa conjunta da AAC e da Associação Integrar parte do Centro de Acolhimento da Associação, na Rua do Brasil. Na bagagem, vai uma panela de sopa, várias embalagens com arroz e atum, pão, café e pastéis. A primeira paragem é o Terreiro da Erva, em plena Baixa, onde são recebidos por mais de uma dezena de utentes. "Fazemos muito a zona da Baixa, mas também outras, como Celas, Eiras e a Conchada", conta, ao JN, Rita Pereira, da Associação Integrar, completando que fazem outros locais, quando solicitados. "Não viramos costas quando é solicitada ajuda", sublinha. Para além da ronda mensal com a AAC, a Integrar faz giros nocturnos regulares pelos sem-abrigo, levando comida, às terças e quintas-feiras, e quinzenalmente ao domingo.
A relação dos elementos da Integrar com os utentes já é de proximidade. Numa perpendicular à Rua da Sofia, a equipa passa para ajudar um utente já conhecido. "Já esteve na nossa Casa Abrigo, mas saiu porque disse que não gostava de estar preso a regras", conta Rita Pereira. O homem não perde a boa disposição, sempre com anedotas e histórias novas.
"Muitos passam por nós durante o dia e cumprimentam-nos, muitas vezes nem se sabe que são sem-abrigo", afirma Isabel Fernandes, da Integrar. Explica ainda que há casos de sucesso entre os utentes. "Quando vão para o Centro de Acolhimento, ao fim de seis meses são incentivados para o mercado de trabalho", conta.




Fonte: Jornal de Notícias

Mulheres sem-abrigo ainda mais discriminadas

Relatório da Fundação AMI descreve "vítimas de pobreza extrema"

2009-06-22

As mulheres sem-abrigo de Lisboa são mais jovens que os homens, estão desempregadas ou têm trabalhos sem descontos para a Segurança Social, diz um estudo da Fundação AMI, que aponta para uma condição de "dupla discriminação"
"A pobreza coloca-as numa situação de dupla discriminação em relação à maioria das mulheres", aponta o estudo, sublinhando que "na vida destas mulheres a família ou o Estado não tiveram um papel protector ou gerador de autonomia".
Segundo a investigação, "este perfil de mulher não se enquadra em nenhum modelo social", vivendo uma situação de "nudez social". "Ela é vítima de pobreza extrema, uma espécie de fim de linha, na vida dela quase tudo falhou", refere.
O estudo, elaborado pela investigadora Ana Ferreira Martins, da Fundação da Assistência Médica Internacional (AMI), venceu o prémio municipal Madalena Barbosa, de promoção da igualdade de género.
A investigadora entrevistou os utentes dos centros da AMI de Lisboa, em Chelas e Olaias, entre Janeiro de 2003 e Dezembro de 2006.
O estudo confirma as conclusões de investigações anteriores segundo as quais as mulheres são minoritárias na população de rua: no período analisado, a procura de mulheres aos serviços da AMI representou 20 % dos utentes.
O número mais elevado de mulheres que recorre aos apoios sociais da AMI encontra-se na faixa entre os 21 e os 39 anos, em contraponto com os homens, que têm sobretudo entre 30 e 49 anos.
As mulheres sem-abrigo apresentam percentagens ligeiramente superiores em relação aos homens de integração profissional, sobretudo tarefas pontuais de limpeza, que estão contudo fora do mercado de trabalho legal, sem fazer quaisquer descontos para a Segurança Social.

Fonte: Jornal de Notícias

Sem-abrigo: Projecto inovador vai retirar 50 pessoas das ruas de Lisboa e ajudá-las a mudar de vida

2009-09-16

Lisboa, 19 Set (Lusa) - Meia centena de pessoas sem-abrigo a viver há muito tempo nas ruas de Lisboa vão entrar num projecto inovador que lhes dará primeiro uma casa digna para morarem e depois as ajudará a comandar as suas vidas sozinhas.
O Projecto Casas Primeiro, que arrancou este mês, prevê apoios ao arrendamento e acompanhamento para 50 pessoas sem-abrigo e com doença mental da cidade de Lisboa.
A equipa, coordenada pelo professor José Ornelas, da AEIPS e do Instituto de Psicologia Aplicada (ISPA), vai desenvolver o projecto ao abrigo de um protocolo entre o Instituto de Segurança Social e a Associação para o Estudo e Integração Psicossocial (AEIPS).

Fonte: Jornal de Notícias

Mais «pobreza envergonhada»









Caritas de Braga registou, em 2008, um aumento de 150 pessoas com problemas

    09-03-2009




A Caritas de Braga registou, em 2008, um aumento de 150 pessoas com problemas de pobreza, número que tem crescido sempre nos últimos anos, disse, esta segunda-feira, à Lusa fonte do organismo.
José Pinto Dias, director da instituição, adiantou que o aumento do número de casos tem ligação com a chamada «pobreza envergonhada».
«Há pessoas que, com a actual crise, se sentem obrigadas a recorrer a apoio social, porque não têm outro remédio», sublinhou.
Em 2008, a Caritas serviu 5.573 refeições e deu apoio a 2.553 beneficiários do Projecto Atena, iniciativa que tem como objectivo promover a inclusão e a melhoria das condições de vida de grupos específicos particularmente confrontados com situações de exclusão, marginalidade e pobreza persistente.
O organismo atendeu 897 pedidos no roupeiro social, proporcionou 814 banhos nos balneários, prestou auxílio a 68 vítimas de violência doméstica, fez 21 empréstimos de camas e ajudou 18 beneficiários num projecto de formação.
Fez, ainda, 19 empréstimos de cadeiras de rodas, dois de canadianas, e realojou três pessoas sem-abrigo.
Angariação de fundos
A Caritas da Arquidiocese de Braga da Igreja Católica inicia esta segunda-feira um conjunto de acções de divulgação e angariação de fundos, no âmbito da Semana Nacional da Caritas, que, este ano, tem por lema «Se não tiver caridade, nada sou».
A estrutura, que vive sem apoio estatal, vai colocar uma tenda no centro da cidade de Braga, para receber as pessoas e mostrar-lhes o trabalho realizado e recolher donativos.
«Decidimos não fazer o tradicional peditório de rua, porque sentimos que as pessoas reagem mal», frisou.
José Pinto Dias anunciou também que a Caritas prepara o lançamento, a curto prazo, de um centro de apoio social, a Casa Alavanca - uma estrutura de resposta a situações urgentes de pobreza, que ficará sedeada no centro urbano da cidade.
A iniciativa de criação da casa partiu do Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, abordada na Mensagem para a Quaresma, onde propôs um «espaço capaz de recolher, durante todo o ano, tudo o que seja útil aos pobres (material) e que, para nós, seja desnecessário».
Ampliar refeitório
Esta nova valência vai possibilitar a ampliação do Refeitório Social bem como a criação de um local para acolhimento temporário de vítimas de violência doméstica.
A actividade da instituição visa também a distribuição periódica de géneros alimentares, medicamentos, fraldas de adulto e bebé, leite e enxovais de bebé e gás, de pagamentos de água, electricidade e rendas e ajuda na compra de próteses, viagens e óculos.

Fonte: TVI 24

Lisboa «preocupada» com os sem-abrigo

Distribuição de agasalhos e cobertores fazem parte dos planos de contingência contra o frio

Por: Redacção /AF  |  27-11-2008  
Vaga de frio na Europa
As equipas de rua de apoio aos sem-abrigo de Lisboa estão a ter cuidados adicionais, como distribuição de agasalhos, apesar de não se justificar accionar o plano de contingência do frio, informou a vereadora da Acção Social, noticia a agência Lusa.
«As equipas de rua, que reuniram hoje, estão com atenções especiais, como o reforço da distribuição de agasalhos», disse a vereadora Ana Sara Brito (PS).
A directora do departamento de Acção Social, Filomena Marques, acrescentou que além da distribuição adicional de cobertores e agasalhos, são igualmente distribuídos alimentos mais calóricos e quentes.
O plano de contingência em caso de vaga de frio só é accionado quando o concelho está abrangido por um alerta laranja, o que não é o caso de Lisboa, que está como todo o distrito em alerta amarelo, explicou a responsável.
A autarquia está a acompanhar, contudo, diariamente, as temperaturas enviadas pelo Instituto de Meteorologia de manhã e à tarde, conforme é definido pelos procedimentos a adoptar em caso de alerta amarelo.
Para accionar o plano de contingência é igualmente necessário que as condições meteorológicas obedeçam a um índice científico (índice Wind-Shield), que resulta da conjugação entre a temperatura, velocidade do vento e humidade do ar.
Para o cálculo deste índice, é levada em conta uma temperatura inferior a quatro graus centígrados durante dois ou mais dias consecutivos, bem como níveis do vento e humidade.
O plano de contingência é definido pela Câmara Municipal, através dos serviços de Acção Social e Protecção Civil, e envolve igualmente as instituições de solidariedade social que trabalham com a população sem abrigo.
Os distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Leiria e Évora estão esta quinta-feira com aviso Amarelo devido ao frio, de acordo com o Instituto de Meteorologia.
O distrito de Lisboa está em alerta amarelo, com temperaturas mínimas de sete graus e máximas de quinze, prevendo-se para sexta-feira temperaturas mínimas de nove graus e máximas de quinze.
A população sem-abrigo de Lisboa é constituída maioritariamente por homens, alcoólicos, com idades entres os 35 e 44 anos, fixados sobretudo nas freguesias dos Anjos e do Socorro, segundo um levantamento da equipa de rua da autarquia, a que a Lusa teve acesso em Maio.
Foram identificados 1187 sem-abrigo ao longo do ano de 2007, contactados pelas equipas de rua ou em atendimento social, a esmagadora maioria são homens (83 por cento), e têm entre 34 e 44 anos (26 por cento), 25 e 34 anos (22 por cento) e 45 e 54 anos (21 por cento).
O alcoolismo afecta 49 por cento dos sem-abrigo, que são igualmente vítimas de toxicodependência (32 por cento) e de problemas mentais (20 por cento).

Fonte: TVI 24

Lisboa: mais camas para sem-abrigos

Plano da Câmara, Santa Casa da Misericórdia e Segurança Social propõe criação de residências de transição

Por: Redacção /PP  |  18-06-2009  09: 43
Um trabalho elaborado para a pessoa sem-abrigo da Rede Social de Lisboa, em que participam a Câmara, a Santa Casa da Misericórdia e a Segurança Social, entre outros parceiros, criou um plano que sugere a criação de mais residências de transição, escreve a Lusa.


De acordo com o documento a que a agência Lusa teve acesso, até ao final de 2010 deverão ser criados um centro de emergência com uma estrutura de acolhimento e residências de transição com acompanhamento técnico. O plano é apresentado como «um primeiro esforço conjunto das entidades que intervêm com a pessoa sem abrigo na cidade de Lisboa».
Zonas de maior concentração
Outra das propostas é que também até ao final de 2010 estejam identificadas as zonas de maior concentração de sem-abrigo para a localização de núcleos de apoio local.

Fonte: TVI 24

Boneca «sem-abrigo» causa controvérsia Gwen (custa 95 dólares)

É por vezes bem ténue a linha que separa um alerta do puro mau gosto. Que o diga a «mãe» da boneca Gwen, uma «sem-abrigo» da marca American Girls que custa 95 dólares, e cujo dinheiro não reverterá para obras de caridade, revela o «Huffington Post».
Há cerca de 7.000 e 10.000 crianças sem-abrigo na cidade de Los Angeles.


Fonte: TVI24

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Crianças sem-abrigo







"Todos precisamos de uma casa."


"O que é que eu fiz mal?"



" Estima- se que há 100 milhões de crianças a viver nas ruas, agora, em tudo o mundo. Ajudem-as a encontrar uma casa." Save the Children

(organização não governamental)


Campanha inesperada


Esta nova campanha da VITAE consiste em colocar uma imagem de um sem-abrigo, nas tampas dos caixotes do lixo para alertar as pessoas da existência deste grave problema social.
A frase : "Ajuda. Para que ninguem venha aqui procurar comida.", acompanha esta imagem, da última campanha da Vitae Shelters by Ambient Media, alertando assim as pessoas de uma forma mais chocante e inesperada.

sábado, 17 de outubro de 2009

Sem abrigo

"Já toda a gente tropeçou neles. Às vezes com nojo, quase sempre com desconforto, normalmente com alguma coisa a arranhar até ao fundo da alma!
Mais que deprimente, é chocante o espectáculo da degradação humana socialmente adquirida. Mas se é chocante ver essa gente que bateu no fundo da condição social não é menos emocionante encontrarmos pessoas, homens e mulheres, que já sem condições nem meios, tentam ainda manter um resto de dignidade antes do colapso final. Cruzamo-nos com eles na rua: até passariam desapercebidos não fora o rosto, os olhos espezinhados pela vida e aquela carga insuportavel de miséria e desespero que se lhes adivinha na alma!
Ao lado estão vários lugares sobre este tema. Entre neles e vá até onde quizer. Depois, se puder, faça alguma coisa de concreto. Nada nos garante que, daqui a algum tempo, não seja um de nós – um amigo, um familiar – a estar naquelas condições. Demais, segundo dizem, o pior pecado é o da omissão."

fonte - mcg.no.sapo

E tu jantas hoje?



- Onde vais jantar?
- Eu hoje não janto. E tu?
- Eu também não.
- Calha bem. Vamos Passear por aí e não jantamos juntos...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

sem amor, nem abrigo

 
"Sem amor, sem abrigo" Numa acção de protesto, um indivíduo colocou esta manhã um cartaz com a inscrição "Sem amor, sem abrigo" na Ponte 25 de Abril, em Lisboa.
Jornal Público, 21 de Dezembro de 2006

Olhemos o que se passa na maior parte das cidades. Há uma variedade de pessoas que se encontram temporariamente na rua. O errante, o sem-abrigo, o mendigo, o "clochard", o vagabundo, o sem domicílio estão omnipresentes nos aglomerados urbanos desde os tempos mais remotos. As sociedades desenvolvidas, ainda hoje, carburam de uma forma industrializada. Cada coisa no seu lugar, cada pessoa no seu posto, cada instituição na sua missão específica, cada cidadão na sua casa. Somos adeptos cegos de duas regras de vida em sociedade: habitar e trabalhar. O sem-abrigo ocupa o espaço de outra forma e muito mais passivamente o seu tempo. Nos espaços públicos, nos seus percursos, parece dirigir-se para lado nenhum, em longas horas vazias nunca fazer nada, ou servir ninguém. Por isso, torna-se aos olhos da maioria um objecto de agitação e um ser incómodo.

O sem-abrigo é um"corpo estranho no caminho", mas tem “alma”, uma dinâmica interior, feita de recordações, sentimentos, mágoas, desejos, paixões e mesmo expectativas. Tem direitos, que esquecemos, como o de utilizar os espaços públicos, de deambular nas ruas, de se sentar nos parques, de abordar e falar aos passeantes, de se sentar num estabelecimento para tomar um café ou de gritar pedindo socorro.

Talvez por tudo isto ou por razões que me passam ao lado, numa acção de protesto um indivíduo colocou ontem de manhã um cartaz com a inscrição "Sem amor, sem abrigo" na Ponte 25 de Abril, em Lisboa. Não é ficção, nem de poesia se trata, aconteceu…



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Lisboa: Mulheres sem-abrigo são cada vez mais jovens



As mulheres sem-abrigo
O número de mulheres sem-abrigo aumenta de ano para ano, sobretudo nas gerações mais jovens, revela um estudo da Fundação Assistência Médica Internacional (AMI). O mesmo trabalho acentua que as causas e efeitos deste fenómeno não têm sido suficientemente estudados em Portugal e defende que é «necessário entender melhor as causas que conduzem as mulheres à situação de ser e estar sem-abrigo em dado momento das suas vidas».

Ser sem-abrigo, significa estar privada(o) de alguns dos direitos que a democracia participativa prevê estarem ao alcance de toda(o)s a(o)s cidadãs e cidadãos remetendo-os assim para uma situação de pobreza e exclusão difícil de inverter no sentido da inclusão social, explica o estudo, para descrever as «vítimas de pobreza extrema».

O estudo da AMI afirma que as mulheres sem-abrigo de Lisboa são mais jovens do que os homens, estão desempregadas ou têm trabalhos sem descontos para a Segurança Social e aponta para uma condição de «dupla discriminação».

«A pobreza coloca-as numa situação de dupla discriminação em relação à maioria das mulheres», refere o trabalho a que SexoForte.net teve acesso. E sublinha que «na vida destas mulheres a família ou o Estado não tiveram um papel protector ou gerador de autonomia».

«Este perfil de mulher não se enquadra em nenhum modelo social», adianta o mesmo estudo da AMI, sublinhando que vivem casos de «nudez social». E adianta: «Ela é vítima de pobreza extrema, uma espécie de fim de linha, na vida dela quase tudo falhou».

A investigadora Ana Ferreira Martins, da Fundação AMI, desenvolveu este estudo, com o qual venceu o Prémio Municipal Madalena Barbosa, de Promoção da Igualdade de Género.

Ana Ferreira Martins ouviu utentes dos centros da AMI de Lisboa, em Chelas e Olaias, entre Janeiro de 2003 e Dezembro de 2006, e confirmou as conclusões de trabalhos anteriores segundo os quais as mulheres são minoritárias na população de rua: no período em análise, os serviços da AMI foram procurados por numerosos utentes, sendo que 20 por cento destes eram mulheres.

O número mais elevado das que recorrem a esta organização tem entre 21 e 39 anos. Os homens que pedem assistência têm, maioritariamente, entre 30 e 49 anos.

As mulheres sem-abrigo apresentam percentagens ligeiramente superiores em relação aos homens de integração profissional, sobretudo em tarefas pontuais de limpeza, que estão fora do mercado de trabalho legal e sem efectuar quaisquer descontos para a Segurança Social.

A investigação de Ana Ferreira Martins alarga o conhecimento sobre a problemática das mulheres sem-abrigo em Lisboa, relaciona as questões de género nos sem-abrigo com as causas e efeitos sociais que conduzem à situação de sem abrigo. Além disso, «compreende uma abordagem biopsicosocial das variáveis implicadas no fenómeno e o seu relacionamento com factores geradores de inclusão e de exclusão social.

Na Europa

Em toda a Europa este fenómeno é reconhecido como um grave problema social. Algumas das causas de ser sem abrigo são conhecidas e comuns a ambos os sexos.

Segundo a AMI, «na quarta revisão de políticas dirigidas para o problema do(a)s sem-abrigo na Europa, realizado pelo Observatório on Homelessness e editado pela Federação Europeia das Associações Nacionais que Trabalham com Sem-Abrigo (FEANTSA), em 2006, falou-se no fenómeno social do(a)s sem-abrigo como sendo pluridimencional e que requer uma abordagem complexa».

O trabalho especifica que «para que esta seja adequada temos que recorrer a diferentes medidas de variados domínios políticos, habitação, saúde (particularmente saúde mental), emprego, formação, justiça e protecção social, de modo integrado e inter-relacionado». E acrescenta que o leque de medidas é muito vasto, passando pelos serviços ou mecanismos de emergência (acomodação temporária, equipas móveis de rua) a um trabalho em rede entre os cuidados de saúde, psiquiatria e instituições de formação, autoridades públicas, assim como as ONG (Organizações Não Governamentais) e outras que contribuem para a integração social».

Adelaide Monteiro: Sem Abrigo


Ah, Poema!
Como eu queria libertar-te
Dessas roupas andrajosas!

Ah, Poema!
Como eu queria dar-te
O pão
A ti
E ao teu irmão!

Vives no mundo
Que não é teu
Despido de letras de esperança
Em sílabas de indiferença.
Dormes em buracos
De livros não lidos
Declamas-te em gritos não ouvidos
És letra de canção não cantada
És resto duma vida amaldiçoada

Ah, Poema!
Junta a tua voz
À de todos os infelizes
Que surgiram
De letras
Deste mundo atroz.
Insurjam-se bem alto
Em voz bem colocada
Comigo
E com todos os poetas
Que vos pariram
E lançaram no asfalto
De rua amaldiçoada

Ah Poema, maltrapilho
Neste mundo de egoísmo
Que não te liberta
Não te dá o pão
Não te dá nada! 


As aves sem-abrigo da minha cidade
Rogério Martins Simões
 
Já não confio no Sol,
e no claro dia,
que davam visibilidade à esperança
quando as flores
nem se pisavam nos canteiros…
 
Era proibido pisar a relva! …
Antes assim!
Que este estado de coisa nenhuma…
Quando muitos,
há muito,
deixaram de viver…
 
A exclusão social
todas as noites acorda
no desassossego…
Nas filas que ainda…
ordeiramente se erguem,
na espera,
por um prato de sopa
ou por um pedaço de pão.
 
Retemperam-se os corpos
Agonia dos mais desesperados,
Olvidados, excluídos da sociedade,
dos poderes políticos e dos governantes.
 
A explosão social não dorme! –
Não tem por onde ficar…
A vergonha vai perdendo o medo
ou a noite está a chegar
cada vez mais cedo…
 
Sorte têm os pardais…
ou os estorninhos…
que ensaiam bailados
nos céus de Lisboa.
 
Ontem saí mais tarde!
O céu estava cinzento carregado.
Fazia frio!
Era cedo ainda a noite!
Era tarde já o dia!
Lá estavam…
As aves sem-abrigo,
da minha cidade,
agonizando
e pachorrentamente embrulhadas
em cartões não recicláveis.
 
Esta noite
toda a noite choveu!
Pela manhã
uma fresta de luz rompia,
do céu cinzento,
não deixando esfriar as pedras aquecidas
nos corpos da madrugada…
 
Lisboa, 01-01-2009

Crise aumenta insensibilidade para com os mais desfavorecidos


Presidente da Cais acrescenta que nenhum governo poderá acabar com os sem-abrigo. Em Portugal são sobretudo homens em idade activa (30 / 49 anos), solteiros ou divorciados com escolaridade mínima.

A crise económica aumenta a insensibilidade por parte das empresas e da comunidade em relação aos mais desfavorecidos, alertou esta quarta-feira o presidente da associação de apoio aos sem-abrigo Cais, na abertura do seu 8º Congresso, refere a Lusa.
«A crise económica levanta problemas acrescidos, porque é evidente que o sector social é o mais afectado», disse Pedro Pais de Almeida, na sessão de abertura do 8º Congresso da Cais, que tem como tema «Actores Sociais: uma força política ímpar na defesa dos direitos e dos afectos».
Pedro Pais de Almeida defendeu que, dada a conjuntura actual, é necessário uma maior intervenção por parte dos actores sociais, aqueles que no terreno ajudam a minimizar as dificuldades dos mais desfavorecidos.

O presidente da Cais disse desconhecer os pormenores da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-Abrigo, apresentada este fim-de-semana em Lisboa, mas sublinhou que nenhum Governo vai alguma vez conseguir resolver o problema.
«O problema dos sem-abrigo é uma saga social, é o fruto da sociedade moderna e global em que vivemos. Acho que a nossa missão é reintegrar o maior número possível de sem-abrigo, mas com a consciência de que nunca vamos resolver o problema», declarou Pedro Pais de Almeida.
Organizada pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social em conjunto com outras entidades públicas e privadas, a Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-Abrigo vai permitir a coordenação dos recursos e apostar em três áreas: prevenção, intervenção e acompanhamento.
Uma das medidas previstas é a criação de uma base de dados dos sem-abrigo em Portugal para um conhecimento permanente do fenómeno. O Governo quer que 80 por cento das pessoas identificadas como sem-abrigo estejam inseridas em planos individuais de reinserção social até ao final de 2010. Desconhece-se o número real de pessoas sem-abrigo no país, mas sabe-se que são sobretudo homens em idade activa (dos 30 aos 49 anos), solteiros ou divorciados, portugueses, com escolaridade básica.

População Sem-Abrigo




Desde 1999, já foram atendidas 5.376 pessoas em situação de Sem-Abrigo.


Em 2006, pela primeira vez, foi possível caracterizar a população Sem-Abrigo que frequenta os serviços da AMI, pelo que para além do número total de Sem-Abrigo, locais de pernoita e tempo de situação sem-abrigo, foi possível obter dados mais específicos como a naturalidade, a idade, o estado civil, a família, a saúde, os recursos económicos e o motivo pelo qual procuram o apoio da AMI.


Assim, em 2006 foram atendidos pela AMI 789 novos casos que se enquadram nesta tipologia, mais de 180 casos que em 2005.
Quando aos locais de pernoita, 32% da população dormia na rua, seguindo-se albergues com 22% e as barracas com 6%.
O recurso económico mais frequente é a mendicidade (27%), seguindo-se os apoios / subsídios institucionais (22%), os apoios de amigos e de familiares (13%). O Rendimento Social de Inserção abrange 10% da população sem abrigo.


A população apresenta outras características:
- 89% está desempregada
- 28% tem formação profissional
- 92% tem familiares vivos, mas apenas 37% se relaciona com eles
- 39% não tem médico de família
- 7% tem HIV
- 28% consome substância activas
- 43% tem filhos


Quanto à evolução da população Sem-Abrigo do sexo feminino, verificamos que também tem vindo a aumentar, sendo que no espaço de 7 anos, passou de 13% para 31%.


A população imigrante continua a recorrer aos equipamentos sociais. A população oriunda dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) aumentou acentuadamente em 2006 em relação a 2005. Quanto à dos países de Leste, a sua incidência tem vindo gradual e marcadamente a diminuir. Assim, em 2006 foram atendidos 104 novos casos de Imigrantes de Leste (decréscimo de 62%) e 367 dos PALOP (aumento de 47%).


No total, incluindo novos casos e recorrentes de anos anteriores, frequentaram os Equipamentos da AMI 258 Imigrantes de Leste e 881 dos PALOP.


Conheça a definição de Sem-Abrigo.

Fonte: AMI

Aumentam casos de sem-abrigo


2006-02-20

Tem já a alcunha de "refeitório dos pobres". Diariamente, mais de meia centena de pessoas passam pela Cáritas Diocesana de Braga para usufruir de refeições gratuitas. Os utentes daquele serviço social são, na sua maioria, desempregados, pessoas sem retaguarda familiar e na condição de sem-abrigo. Um fenómeno há muito enraizado na cidade de Braga, mas que, nos últimos tempos, tem registado uma evolução crescente, tanto mais que a Cáritas quase que duplicou o serviço de refeições diárias.
Eva Ferreira, uma das responsáveis da Cáritas de Braga, fala num aumento crescente dos sem-abrigo, situação provocada pelos problemas inerentes à toxicodependência e ao alcoolismo.
Diariamente, elevam-se a cerca de 30 o número dos sem-abrigo que na Cáritas de Braga usufruem de refeições (almoços e jantares), muitos deles encaminhados pela Segurança Social, ao abrigo do programa Comunitário de Apoio Alimentar a Carenciados.
Em resultado do serviço permanente de Atendimento Social, a Cáritas Diocesana de Braga, de acordo com Eva Pinto, presta, anualmente, apoio alimentar, em refeições ou em géneros, a cerca de cinco mil pessoas, dentro da área de influência geográfica.
Números
30
pessoas os sem-abrigo que passam, diariamente, pela Cáritas de Braga
100 refeições são distribuídas, por dia, a pessoas carenciadas.
5000 famílias recebem, anualmente, ajuda de bens alimentares da Cáritas Diocesa de Braga.


Quem me leva os meus fantasmas

Uma música dedicada a todos os sem-abrigo de Portugal

Apreciem =) 

Pedro Abrunhosa

Composição: (Pedro Abrunhosa/ Pedro Abrunhosa)
Aquele era o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam,
E eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acesos.
Marinheiros perdidos em portos distantes,
Em bares escondidos,
Em sonhos gigantes.
E a cidade vazia,
Da cor do asfalto,
E alguém me pedia que cantasse mais alto.

Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
Quem me diz onde é a estrada?
Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
E me diz onde e´ a estrada

Aquele era o tempo
Em que as sombras se abriam,
Em que homens negavam
O que outros erguiam.
E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso, abraçava venenos.
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro.
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.

Quem leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
Quem me diz onde é a estrada?
Quem leva os meus fantasmas?
Quem leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
E me diz onde e a estrada


De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?

Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
Quem me diz onde é a estrada?
Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
E me diz onde e a estrada

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Câmara de Lisboa prevê aumento do número de sem-abrigo




A vereadora da Acção Social na Câmara de Lisboa, Ana Sara Brito (PS), prevê um aumento do número de sem-abrigo na cidade, no contexto de uma eventual crise provocada pela escalada internacional do preço dos alimentos.
A Câmara deverá acolher o pedido de um grupo de sem-abrigo que quer encontrar um espaço amplo onde, fazendo eles próprios as obras, possam habitar.
Aos seis centros de acolhimento para sem-abrigo existentes na cidade, com um total de 447 camas, que dão apoio aos mais de mil sem-abrigo da capital, Ana Sara Brito quer juntar mais dois, mas com características diferentes.

«Comer e dormir são necessidades básicas, mas são básicas de mais. Temos que dar algo mais aos sem-abrigo para adquirirem as competências que perderam, reformularem o seu projecto de vida e saírem deste ciclo acolhimento/rua, rua/acolhimento», sustenta.

A autarquia está a tentar encontrar um edifício adequado, depois de a Junta de Freguesia de Campolide ter colaborado com um outro imóvel, onde possa nascer este «acolhimento diferente», sendo garantido aos sem-abrigo apoio por «psicólogos e técnicos de intervenção social».
Os projectos pressupõem a colaboração da Segurança Social e da Santa Casa da Misericórdia, bem como de privados, com quem a vereadora pretende estabelecer parcerias para reinserção dos sem-abrigo no mundo do trabalho.


«Não tenho medo dos privados. São eles que oferecem o trabalho», afirmou.
Para Ana Sara Brito, «cada sem-abrigo tirado da rua é uma vitória» e para isso é necessário «ouvir o que têm a dizer».

«Num dia em que o presidente [António Costa] acompanhou a equipa de rua, um grupo de sem-abrigo fez-nos uma sugestão e eu e o presidente ficámos bastante entusiasmados», contou.
Proposta: a Câmara disponibiliza um edifício, faz algumas obras como a recuperação da fachada e das canalizações, e os sem-abrigo contribuem com o resto do trabalho, como a pintura, para criarem um espaço onde possam viver em comunidade e «com dignidade».
O espaço deverá situar-se na zona do Terreiro do Paço e da Praça do Município e acolher um grupo não superior a dez pessoas, funcionado com um regulamento próprio, elaborado pelos moradores, com o apoio da Câmara.

«Tenho esperança de conseguir concretizar até ao final de 2008 este projecto», assumiu Ana Sara Brito.

Para intervir junto da população sem-abrigo, a autarca sublinha que é essencial o empenhamento do Ministério da Saúde no tratamento do alcoolismo e da toxicodependência de que sofrem a maioria das pessoas que vive na rua.

«Estamos a preparar-nos, esperando que o Governo intervenha para minorar as dificuldades. Mas não pode haver um plano como há [para proteger os sem-abrigo] nas vagas de frio ou de calor. Não há medidas iguais para todos, mas medidas de acordo com as necessidades das famílias», afirmou.

As duas residências assistidas para idosos, em projecto, e o acréscimo de 134 lugares em creches da Misericórdia, já alcançado, através de acordos com a Santa Casa, são exemplos das dessas medidas.

«Se as crianças estiverem nesses equipamentos já estamos a apoiar as famílias, porque pagam muito pouco e têm ali uma alimentação cuidada», ilustrou.

Para financiar os projectos sociais, Ana Sara Brito quer ir «buscar o dinheiro onde ele existe»: à Segurança Social e à Misericórdia.

Fonte: Diário Digital / Lusa (17-05-2008)

Histórias de casos de sem abrigos

Raimunda tem 12 anos e está abrigada com sua família no mercado de peixe de Pedreiras, no Maranhão, desde que perderam sua casa na enchente. A mãe está doente, internada no único hospital da região que não está alagado. No abrigo improvisado onde está Raimunda e sua família, estão vivendo 35 pessoas e há somente um banheiro. As condições de habitação estão longe de serem confortáveis, mas não há muitas opções quando quase 80% da cidade está submersa.

Maria José, 35 anos, tem quatro filhos e mora em Trizidela do Vale. Sua casa está inundada e até a estação de tratamento de água na cidade está submersa.
Quando a altura da água desceu da cintura para os tornozelos, ela começou a lavar louças e outros objetos com a mesma água da inundação.
“Sei que essa água suja não é a melhor forma de limpar os pratos e panelas, mas o que posso fazer? Não tenho dinheiro para pagar por um caminhão pipa”, diz.

Gilbert Brifoteau, é francês, tem 45 anos e vive actualmente nas ruas da Covilhã.
Problemas conjugais fizeram com que perdesse todo o gosto pela vida. A mulher abandonou-o e levou consigo os seus dois filhos. Gilbert ficou sem nada.
Há 7 anos saiu de Paris e deixou o seu trabalho de chefe nos caminhos de ferro franceses. Desde então, percorre a Europa a pé.
Pelo caminho, encontrou aquela que se tornou a sua melhor amiga: Bela Estrela, uma cadela pastor alemão que o acompanha para todo o lado. Estão em Portugal há cerca de um ano. Já estiveram em Lisboa onde, este sem-abrigo tentou arranjar emprego, mas sem êxito. Por isso, vive nas ruas, onde pede esmolas para a ajuda da sua alimentação e da sua cadela.
Gilbert, ao contrário daquilo que todos pensam quando olham para um pedinte, não gosta de confusões, não bebe álcool e não se droga, nem nunca o fez, confessando que até tem medo das agulhas quando tem que tirar sangue.
A rua é a sua casa, é o local onde dorme, come e tenta sobreviver. Este francês gostava de ter um tecto mas, segundo ele, " para se ter uma casa é preciso ter dinheiro e isso eu não tenho!".

Dia a dia dos sem abrigos:



(também é a historia)

Lisboa, 07 Jan (Lusa) - As temperaturas negativas que se aproximam da capital portuguesa não intimidam os sem-abrigo que, já habituados ao frio da noite, fazem da cidade as portas das suas casas. Carlos Rocha, 71 anos, mora na rua desde 1992 e desde então que faz das roupas e dos cobertores oferecidos por Organizações Não Governamentais os companheiros de uma luta contra o frio, que perde muitas vezes, demasiadas. Hoje mora na rua António Pedro, perto do jardim Constantino, local onde todas as noites vai buscar a comida que lhe aquece o estômago, mas "noutra vida" até já foi pintor nas horas livres. "Vim morar para a rua porque calhou. Morreu a minha mulher e a partir daí foi assim", disse o idoso, após beber o copo de sopa oferecido pela "Dona Natividade", uma voluntária que há 18 anos se juntou ao Exército da Salvação, e que três dias por semana distribui comida e "palavras amigas" aos sem-abrigo da capital. Marcado pelas dificuldades que a vida nas ruas traz, Carlos Rocha já não se recorda quando conheceu a mão amiga da voluntária, que se orgulha da sopa "verdadeira e consistente" que oferece aos sem-abrigo. "É com grande amor que nós fazemos este trabalho. Normalmente distribuímos sopa, pão, iogurtes e fruta, quando temos", disse à agência Lusa Natividade que, a cada ronda oferece 250 copos de sopa aos sem-abrigo. Com a vaga de frio às portas da cidade, a câmara municipal de Lisboa já activou o plano de contingência para apoiar estas pessoas, prevendo o reforço da distribuição de comida e bebida quentes, agasalhos e mais 30 camas para pernoitar. Com o olhar carregado pelas dificuldades que atravessou nos últimos 16 anos, Carlos Rocha, já habituado a dias de frio de outros invernos, espera receber roupa quente que o ajude a passar as próximas noites. "Tenho que arranjar um camisolão", disse o sem-abrigo, acrescentando que, com a chegada da vaga de frio, o que há a fazer passa por agarrar-se "ao cartão" que lhe faz de cama num passeio bem perto da Almirante Reis. Mas nem sempre as pessoas que recorrem ao auxílio dos voluntários das ONG se encontram a viver nas ruas. É o caso de Fernando, que, embora já tenha feito das ruas a sua residência "durante tanto tempo", hoje, graças ao subsídio de reinserção social, consegue alugar um quarto. "É muito fácil entrar na vida das ruas mas é muito difícil sair. Já não tenho muitos sonhos, agora só quero ir devagarinho", disse o antigo sem-abrigo, que, após sorver a comida oferecida pelos voluntários do Exército de Salvação assistiu à partida da carrinha "da sopa" em direcção a outros rumos. Na noite de terça-feira os quatro voluntários do centro de acolhimento do sem abrigo de Xabregas distribuíram 250 sopas no jardim Constantino, nos Anjos, no Regueirão dos Anjos, na Praça do Comércio e em Santa Apolónia. Este auxílio é sempre bem recebido por aqueles que mais precisam, quer seja através de comida, de roupas ou simplesmente de uma palavra amiga. "Chelas" já perdeu a conta há quantos anos dorme nas ruas, mas é com orgulho que mostra o colchão onde pernoita com "amigos" nos Anjos. Humanista por convicção, Chelas vê na Dona Natividade uma amiga, mais não seja pelos conselhos que recebe, mais uma vez, para aproveitar a vaga de frio que se aproxima e regressar a casa, para junto da família. "Vou aproveitar para tomar um rumo. Um novo caminho", disse o sem abrigo enquanto incentivado pelos voluntários. Próxima paragem: Regueirão dos Anjos. De acordo com a voluntária do Exército de Salvação este é o local onde os toxicodependentes sem-abrigo se concentram. Uma rua escura mostra os traços de uma vida alternativa: seringas convivem com colchões e camas de cartão que, às 21:30 já estavam compostas pelos seus "inquilinos" habituais. "Hoje em dia já vemos muitos sem-abrigo jovens. Raparigas de 13 e 14 anos, algumas delas grávidas, costumam vir pedir-nos comida e agasalhos", referiu uma das voluntárias, enquanto olhava para algumas das cinco pessoas que dormiam naquela rua. A vontade de ajudar estas pessoas é muita e o medo, esse, só vem quando já se consegue ver o fundo da panela de sopa, o que impossibilita o cumprimento do percurso habitual. Em Santa Apolónia terminou mais um dia de sacrifício por parte destes voluntários, uma campanha de distribuição recompensada com a certeza de que tornaram uma noite difícil num refúgio menos penoso a pelo menos 250 pessoas, um número que, no entanto é escasso, dada a quantidade incerta de sem-abrigo que reside na capital portuguesa.

Funcionamento do Grupo


1- Elementos do Grupo:

Jéssica Ribeiro nº 7

Joana Pereira nº8
Cláudia Simões nº 2
Leonarda Carvalho nº 9
Inês Manuel nº6


2 – Descrição do Tema Base
Tema: Sem-Abrigo
Pensámos num documentário: filmar as reacções das pessoas (sociedade) em relação aos mendigos, entrevistá-los, fazer uma foto-reportagem (portefólio com fotografias tiradas por nós). Fazer voluntariado numa instituição de apoio aos sem-abrigo (Banco Alimentar, C.A.S.A, Vida e Paz, etc..).

3. Problema-Alvo do projecto:
As pessoas a dormirem na rua, não terem família, terem problemas com o álcool, droga, etc., não terem dinheiro, serem ignorados pela sociedade…
3.1 Levantamento de questões:
- Porque é que a sociedade se envergonha dos sem-abrigo?
- Quais os motivos que levam as pessoas a tornarem-se sem-abrigo?
- Quais as condições das pessoas que vivem na rua?

4. Primeiros passos da investigação:
- Pesquisa bibliográfica sobre o tema da exclusão social.

- Contactar instituições (pesquisar contactos).
- Pesquisa sobre alguém que tenha vivido na rua.
- criar um blogue.
- Recolha de imagens.
- Criação de apresentações em PowerPoint.
- Criar um dossier para arquivar todos os documentos adquiridos ao longo do percurso.
Nome do Grupo: Esquecidos da Sociedade
Email do grupo (geral) : esquecidos_sociedade@hotmail.com
Regras:
1º - Não faltar aos compromissos sem avisar pelo menos um membro do grupo;
2º - Elaborar as tarefas propostas em 3 dias e enviá-las para o mail do grupo;
3º - Em caso de incumprimentos das alíneas 1ºe 2º, o restante grupo fica responsável pelo trabalho que falta, sofrendo o faltoso as devidas consequências na avaliação;
O grupo têm que se reunir pelo menos uma vez para semana (nem que seja para debater questões do trabalho);
Reunir e organizar os materiais produzidos individual­mente, os quais depois de sujeitos a discussão e debate por parte de todos os elementos do grupo, constituirão a base do trabalho, de realização do produto final;
Todas as decisões tomadas tem que ser em grupo (para não haver desigualdade);

7º Não poderão ser tomadas decisões sem estar todo o grupo presente