sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Crise aumenta insensibilidade para com os mais desfavorecidos


Presidente da Cais acrescenta que nenhum governo poderá acabar com os sem-abrigo. Em Portugal são sobretudo homens em idade activa (30 / 49 anos), solteiros ou divorciados com escolaridade mínima.

A crise económica aumenta a insensibilidade por parte das empresas e da comunidade em relação aos mais desfavorecidos, alertou esta quarta-feira o presidente da associação de apoio aos sem-abrigo Cais, na abertura do seu 8º Congresso, refere a Lusa.
«A crise económica levanta problemas acrescidos, porque é evidente que o sector social é o mais afectado», disse Pedro Pais de Almeida, na sessão de abertura do 8º Congresso da Cais, que tem como tema «Actores Sociais: uma força política ímpar na defesa dos direitos e dos afectos».
Pedro Pais de Almeida defendeu que, dada a conjuntura actual, é necessário uma maior intervenção por parte dos actores sociais, aqueles que no terreno ajudam a minimizar as dificuldades dos mais desfavorecidos.

O presidente da Cais disse desconhecer os pormenores da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-Abrigo, apresentada este fim-de-semana em Lisboa, mas sublinhou que nenhum Governo vai alguma vez conseguir resolver o problema.
«O problema dos sem-abrigo é uma saga social, é o fruto da sociedade moderna e global em que vivemos. Acho que a nossa missão é reintegrar o maior número possível de sem-abrigo, mas com a consciência de que nunca vamos resolver o problema», declarou Pedro Pais de Almeida.
Organizada pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social em conjunto com outras entidades públicas e privadas, a Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-Abrigo vai permitir a coordenação dos recursos e apostar em três áreas: prevenção, intervenção e acompanhamento.
Uma das medidas previstas é a criação de uma base de dados dos sem-abrigo em Portugal para um conhecimento permanente do fenómeno. O Governo quer que 80 por cento das pessoas identificadas como sem-abrigo estejam inseridas em planos individuais de reinserção social até ao final de 2010. Desconhece-se o número real de pessoas sem-abrigo no país, mas sabe-se que são sobretudo homens em idade activa (dos 30 aos 49 anos), solteiros ou divorciados, portugueses, com escolaridade básica.

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